VOCÊ AINDA TEM MEDO DA CHUVA?
Começo esse artigo, fazendo a seguinte pergunta: Você ainda tem medo da chuva?Tive uma conversa especial, com uma aluna e amiga, chamada Ana. E gostaria de compartilhar parte dessa conversa com você, por simplesmente achar que -em algum momento da vida- já fomos Ana.
Lembro-me como se fosse hoje, o dia em que Ana Paula ligou em meu celular dizendo que seu coração estava aflito, e que ela precisava desabafar. E mesmo não tendo paciência alguma para falar ao telefone, larguei meu capricho de lado, a fim de ouvi-la. Como um disparo, ela começou: "Estava tudo bem comigo. Eu juro que estava! Há dois anos atrás, eu amava meu ambiente de trabalho, e toda a pressão do meu chefe, não me afligia. Pelo contrário, me sentia motivada a continuar dando o meu melhor. Há dois anos atrás, Ricardo era o dono de meus pensamentos. E não existia um só plano, qual ele não estivesse comigo. Há dois anos atrás, falávamos sobre ter filhos, sobre nos casarmos, sobre uma eternidade juntos. Há dois anos atrás, compartilhar apartamento com Isabela, não era um problema. Era divertido. Nossa relação era ótima, e se continuasse daquela maneira, poderíamos morar no mesmo lar para sempre! Há dois anos atrás, eu me sentia bem. Me sentia feliz. Tudo parecia estar perfeito, em seu devido lugar. De repente, o tempo passou. E já faz muito tempo que alguma dessas coisas me satisfaz. Não consigo me sentir feliz na vida que tenho vivido. E confesso: Não consigo compreender. Qual o problema? O que está acontecendo dentro de mim? Por que essas coisas que tanto me faziam bem há dois anos atrás, hoje em dia, me deixam cansada, e me fazem querer desistir?". Depois de ouvir tudo o que Ana tinha a dizer, achei por bem, respondê-la com a mesma dedicação e tratando assunto com a mesma importância. "Querida Ana... Acho que assim como já estive em outrora, você ainda tem medo da chuva. Lendo suas palavras, li sobre mim. Sim! Já estive exatamente aí, neste lugar aonde você se encontra. Acordava todos os dias no mesmo horário, me aprontava, e ia estudar. Depois de estudar, tomava um banho na casa de minha avó (que ficava entre o colégio e meu trabalho), e ia direto. Depois do trabalho, pegava três transportes públicos diferentes, para voltar para a minha casa. Aos finais de semana, dedicava parte do meu tempo a estudos religiosos, aproveitando a noite de Sábado e o Domingo de manhã com o meu namorado, qual vinha rotineiramente a cada quinze dias para a minha cidade. Essa era a minha vida. Apesar de toda a correria, e da rotina, eu a amava. Vivia intensamente, cada novo dia. E tudo parecia estar em seu perfeito eixo. Apesar de estar em uma situação completamente confortável, depois de alguns meses daquele mesmo jeito, me cansei. Me cansei e resolvi sair daquele lugar, chamado "Zona de Conforto". Precisei começar devagar, sem pressa. Comecei criando uma pequena lista de "coisas diferentes para fazer nos próximos 30 dias". E não, não estou falando sobre uma super viagem a Paris, ou sobre alguma técnica infalível para mudar minha vida em 15 dias.. Estou falando apenas sobre atitudes. Comecei com coisas pequenas; como por exemplo, cumprimentar cinco novas pessoas nos locais quais eu frequentava. Comecei a aceitar convite de amigas para ir ao shopping conferir a nova coleção de uma loja de departamento qualquer. Liguei para uma tia, qual não conversava há muitos anos. Procurei meus amigos do primário nas redes sociais. Experimentei uma nova culinária, e passei a usar um novo perfume. Mudei meu corte de cabelo, e ousei um pouco mais, quando apareci de batom vermelho pela primeira vez na vida. Meu -até então- namorado, foi o primeiro a observar que eu estava passando por um momento de mudanças. E, bom, apesar de ter certeza que sua companhia era muito especial para mim,tive que ser realista; nossos caminhos eram diferentes. Precisava me separar. Estava cansada de estar parada. Precisava seguir em frente. Confesso que não me choquei tanto quando tive que interromper o nosso relacionamento, por que eu queria e precisava seguir em frente. Na teoria, tudo é muito simples. Eu sei. Mas, a verdade é que eu chorei muito. Chorei quando mudei de colégio, chorei quando terminei meu relacionamento, chorei quando perdi meu emprego, chorei quando pessoas importantes olhavam para mim e diziam: 'O que diabos você está fazendo com sua vida?'. Fiquei confusa. E várias vezes, pensei em voltar atrás. Em vários momentos, me pegava pensando em como minha vida estava tranquila, até eu resolver causar toda aquela "desordem". Então, me lembrei daquela historinha de que mar calmo, não faz bons marinheiros. E que águas paradas, não nos levam a lugar algum. Segui em frente. Se foi fácil? Não, não foi. A grande verdade, é que fui submetida a inúmeras tempestades. Mas Ana...
E você que está lendo esse texto? Tem sido como Ana? Como está a sua vida? Já se perguntou se você ainda tem medo da chuva? Conte sua experiência aqui nos comentários, e se esse texto falou ao seu coração, compartilhe! Ele poderá falar ao coração de outras pessoas, também.
Gratidão por me ler.